ALCEU FEIJÓ
No final da década de quarenta ou início dos anos cinqüenta, o time de futebol do Esperança foi a Santa Cruz do Sul, para disputar uma partida.
Começou o jogo e, sem demora, o Queixinho, do Esperança, marcou o primeiro gol.
Contra.
Uns minutos depois, foi a vez do Moacir – também jogador do Esperança – fazer o seu.
Contra, de novo.
Desesperado lá na área adversária, o ´centerforward” Adão fazia das tripas coração para diminuir o resultado. Ele fez a sua parte, marcando dois tentos – a favor! – mas não adiantou nada: o fato é que o Esperança estava com fome de gols naquela partida. Tanto foi assim que, no segundo tempo, o time fez mais dois.
O primeiro foi do Albotino.
Contra.
E o outro, do Alceu Feijó.
Também contra.
(O gol contra do Feijó, aliás, foi discretamente comemorado pelos companheiros do próprio time. Acontece que o Feijó, além de jogador, também era o presidente do Esperança, e esta mancada presidencial meio que liberava as dos simples e mortais jogadores...)
Deve ter sido a única partida da historia do futebol mundial em que um time fez seis gols e conseguiu perder por quatro a dois...
(Nota do autor: normalmente invento histórias e as escrevo neste espaço dominical. Mas agora que o Alceu Feijó – amigo de vida inteira do meu pai e meu amigo ao longo de toda a minha vida – está completando os seus infantes noventa anos de idade, achei que poderia homenageá-lo contando esta deliciosa historinha verdadeira... Até porque o Feijó, se não era lá grande coisa como jogador de futebol, segue jogando um bolão como profissional e ser humano...)
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